Os jornais noticiam fatos de um outro mundo
Os livros estão escritos em outro idioma
A luz não ilumina mais esse abismo profundo
A flâmula que se ostenta é a da vergonha
Tudo parece menos feio visto de longe
Toda canção soa distante aos ouvidos
Não é mais sabido onde a paz se esconde
Já são todos apenas rostos desconhecidos
Esquecidos, abandonados e indesejados
Um continente de miseráveis e heróis
Um contingente de guerreiros subjugados
Uma nação dividida, uma ferida que dói
Mas, eis que se aproxima o tempo da mudança
Quando todos conhecerão, ainda que pela dor,
O poder, ou a conseqüência, da destemperança
De quem nunca reagiu, de quem sempre se calou
E quando esse novo tempo chegar,talvez será tarde
demais para muitos dos que hoje exploram,
Julgam e condenam; porém,
a sua
hora chegará
E quando, de joelhos, pedirem clemência, não a terão
Não se trata apenas de vingança, não é esse o caso
A questão é outra, bem mais poderosa e legítima.
Pelo que se tem lutado, o que tanto tem sido rogado
Não é a esmola, a migalha, o resto, mas sim a justiça.
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